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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

UHE São Luiz do Tapajós: o grave risco que correriam os moradores da comunidade Pimental

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Mapa EIA - Edição Telma Monteiro Por Telma Monteiro O objetivo deste texto é mostrar que no processo de licenciamento da UHE São Luiz do Tapajós, algumas dúvidas sérias pairam qual nuvens negras carregadas sobre cabeças inocentes que nem imaginam o que poderia vir a atingi-las. É o caso da comunidade da Vila Pimental situada às margens do rio Tapajós, que teria que ser removida completamente, pois o local seria ocupado pelo reservatório da hidrelétrica. Para quem ainda não sabe, o governo federal, dentro do seu projeto de expansão de geração de energia elétrica pretende construir um conjunto de hidrelétricas na bacia hidrográfica do rio Tapajós. O primeiro projeto, a UHE São Luiz do Tapajós, já está em processo de licenciamento ambiental no Ibama. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Respectivo Relatório de Impacto Ambiental (Rima) já foram entregues e estão sob análise dos técnicos do Ibama. O Ministério do Meio Ambiente (MME) tem pretensões de leiloar São Luiz do Tapajó

UHE São Manoel: compensação ou troca troca?

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Foto: obras da UHE São Manoel, Constran Telma Monteiro Olha aí, mais uma vez. Agora é o pacote de bondades do consórcio da UHE São Manoel. Seção troca troca. Funciona assim: vocês (a sociedade local) nos deixam construir a hidrelétrica que está a menos de 500 m da terra indígena, que vai destruir o rio Teles Pires, os locais sagrados da cultura indígena, que vai sumir com as espécies de peixes, que vai impactar a biodiversidade de forma irreversível, que vai desmatar, que vai tornar um inferno suas vidas e nós vamos fazer o papel do Estado "doan do" aquilo que a população tem direito e não tem acesso. Já chega! O que ninguém diz é que esse custo da distribuição de "benesses" está embutido no custo do empreendimento e que, além de pagar os impostos que teoricamente serviriam para suprir essas necessidades, a sociedade acaba pagando mais caro pela energia gerada, portanto duas vezes. É preciso parar com essa aceitação tácita em torno de obras que não vão c

Será que o governo desistiu de fazer hidrelétricas na Amazônia?

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Belo Monte, rio Xingu Telma Monteiro Tem quem esteja cético quanto à notícia  da desistência do governo em construir usinas na Amazônia . Na verdade, no primeiro momento também tive dúvidas, pois não há uma afirmação de que desistiram do Tapajós. Porém, a possível decisão poderia se justificar por: 1. A Lava Jato "engessou" grandes empreiteiras; 2. Mesmo que houvesse interesse por parte delas, seria muito difícil impor sobrepreços; 3. Em tese, o BNDES não poderia, com a mesma facilidade, conceder os recursos nas mesmas condições de juros abaixo do mercado; não há dinheiro sobrando; mas como no governo tudo é possível, não dá para afirmar; 4. Em tese, o governo não poderia, dadas os escândalos atuais, conceder benesses fiscais, carências; mas com apenas uma canetada, seria possível e a gritaria viria depois; 5. As mudanças climáticas e as alterações dos regimes de cheias dos rios amazônicos estão prejudicando as hidrelétricas sem grandes reservatórios; mas

Energia elétrica 2015: vulnerabilidade sem precedentes

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UHE Santo Antônio, rio Madeira. Foto: PAC2 Telma Monteiro Dá uma olhada na situação dos reservatórios das hidrelétricas no último dia 06 de fevereiro (tabelas da situação da energia armazenada, abaixo, comparam 06 de fevereiro de 2015 e 06 de fevereiro de 2014).  Energia armazenada em 06 de fevereiro de 2015. Fonte: ONS Energia armazenada em 06 de fevereiro de 2014. Fonte: ONS Como o Brasil é dependente de energia hidrelétrica (crítica que tem sido feita pelos especialistas) e carece de investimentos em alternativas genuinamente limpas (social e ambientalmente falando), este governo nos colocou numa situação de vulnerabilidade sem precedentes. Não há campanhas para economizar, não  houve preocupação em conter o consumo industrial e comercial, não foram tomadas medidas para fechar as torneiras das perdas em transmissão e distribuição e a sociedade não foi convidada a discutir quem são os verdadeiros vilões da atual escassez de energia elétrica. Como disse o pro